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Uma espécie vegetal torna-se invasora ao cumprir três etapas sucessivas: introdução, caracterizada pela chegada a um novo ambiente mediada por ações humanas, diretas ou indiretas; estabelecimento, quando adquire a capacidade de formar populações autossustentáveis; e dispersão, fase em que se expande a partir do ponto de introdução original, gerando impactos ecológicos. O projeto, fundamentado em protocolos de manejo botânico, investiga de que modo plantas classificadas como exóticas invasoras contribuem para a desestabilização de ecossistemas consolidados. O estudo inicial concentra-se na Dioscorea sansibarensis, introduzida na mata da Reserva Ecológica do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A partir dessa ocorrência, buscou-se documentar um dos procedimentos de erradicação, articulando reflexões sobre pertencimento biogeográfico, mecanismos de dispersão e dinâmicas de naturalização que configuram processos de invasão biológica.

Esta pesquisa foi conduzida no Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais, a partir de uma ação comunitária voltada à erradicação de espécies exóticas invasoras. Para fins exclusivamente acadêmicos, foram utilizadas amostras de exsicatas provenientes do acervo do Herbário do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (ICB).

Dioscorea sansibarensis é uma espécie caracterizada por seu hábito de crescimento volúvel e arquitetura vegetativa complexa. A planta desenvolve caules anuais extensos que podem atingir até 30 metros de comprimento, formados a partir de tubérculos perenes com diâmetros que chegam a 50 centímetros. Seu padrão de crescimento apresenta características heliotrópicas, com ramos que se desenvolvem em direção sinistrorsa (anti-horária). O sistema foliar apresenta heteromorfismo ontogenético, evidenciando diferenças morfológicas entre folhas juvenis e adultas. As folhas maduras apresentam filotaxia predominantemente oposta e morfologia cordiforme, podendo alcançar até 20 centímetros de comprimento, com ápice acuminado proeminente de aproximadamente 6,3 centímetros. A lâmina foliar é glabra, com margens inteiras, textura coriácea e bordos revolutos. A metodologia de coleta da espécie foi realizada no período em que os ramos começavam a brotar a partir dos tubérculos. Inicialmente, definiu-se uma área-alvo para a erradicação. A extração foi feita tracionando-se o ramo próximo ao tubérculo, a fim de evitar sua ruptura. Após um intervalo de 2 a 4 semanas, realizou-se retorno ao local para recolher os tubérculos remanescentes que haviam permanecido enterrados.

Espécie Exótica Invasora

Fotografia e ação comunitária de erradicação realizada pelo projeto “Plantar no Museu”, sob coordenação da bióloga Jacqueline Rodrigues e do engenheiro agrônomo Francisco Davi da Silva, na Reserva Ecológica do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Exsicata coletada e determinada por D. F. Felix. Impressão colorida a laser sobre papel fotossensível 240g, 15x10cm cada.

2025-​​​​

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